quinta-feira, 15 de abril de 2010

Diálogos de Um estranho corpo

Uma Tradução Interssemiotissista

  Este trabalho a principio chamado de DIÁLOGOS DE UM ESTRANHO CORPO, iniciou-se em Belo Horizonte e é uma  tradução intersemiótica do poema CORPO ESTRANHO da poetisa e Dra semiotissista Olga Valeska. Ela consiste em externar as sensações do poema de acordo com a analise e percepção do artista. Podendo causar reflexões a cerca do corpo estranho.  O objetivo desta performance é  causar reflexões a cerca de um corpo estranho e as reações que este corpo pode causar em determinadas situação.  É importante salientar que este trabalho trata-se  de uma Tradução intersemiótica e que sua dramaturgia da margens a interpretações diversas fazendo com que seja um texto subjetivo. “Uma Tradução Interssemiotissista” Surgiu a partir do desejo de  produzir algo onde o texto literário poético pudesse ser traduzido para um outro seguimento da arte a performance artística.  Então movido pelo desejo iniciou-se um processo de pesquisa, onde me deparo com o POEMA CORPO ESTRANHO .  Na primeira vez em que li o poema tive a certeza que este era o poema  que eu precisaria para iniciar o trabalho.  No primeiro momento entrei em contato com a autora do poema e falei sobre tal desejo , prontamente ela se colocou a disposição para posteriores pesquisas. Então demos inicio ao processo de pesquisa, fomos estudar autores renomados que defendiam a tese DA INTERSEMIOTISSIDADE . Posteriormente traçamos a tradução do texto literário para o texto dançado, para chegarmos na atual formação foram necessários diversos experimentos que contribuíram para a pesquisa.



CORPO ESTRANHO
Eu
e um corpo
que anda corre tropeça e salta, sabe espera chama e aquece,
teme pára foge e esconde, chora sofre sangra e soluça,
dói machuca grita e esquece, encolhe encurva encobre e sela,
desvela vela protege e aninha, vive canta teima e ensina,
dança goza aquieta e compreende, dá acolhe recolhe e hesita,
ri transpira abraça e mata, trava murcha aspira e respira,
deseja treme sonha e pede, suplica rasteja escava e enterra,
cheira escuta tateia e engana, cega mostra revela e lambe,
arranha agarra toca e cura, amassa rasga prende e atira,
descansa esfria estala e destrava, beija morde abandona e ama,
geme range engasga e cala,
prova,
come,
tem fome,
tem febre
e pode até morrer sem me avisar.